O Bloco Sambase, tradicional da Base e fundado em 1978, busca seu terceiro título no Concurso de Blocos Carnavalescos de Rio Branco. Para a edição de 2025, o bloco aposta em um samba-enredo que destaca a bravura dos seringueiros em um dos períodos mais importantes da história do Acre. O enredo visa exaltar a luta e a força dos seringueiros durante a anexação do Acre ao Brasil, trazendo à avenida um grito de liberdade que ecoa na história local.
Após ficar fora da competição no ano anterior, o Sambase promete resgatar as emoções que marcaram o processo de transformação do Acre em território brasileiro, oferecendo ao público uma celebração de sonhos e esperança. O tema do samba-enredo foi escolhido de forma democrática pela comunidade, com a participação ativa dos moradores do bairro da Base, destacando o compromisso do bloco com a participação popular.
Com um investimento de cerca de R$ 40 mil para a preparação do desfile, o bloco espera conquistar tanto o público quanto os jurados com sua apresentação. São 300 integrantes no desfile, que contará com uma bateria de 50 ritmistas e três carros alegóricos, prometendo uma performance vibrante. Os preparativos para a apresentação já estão em andamento há mais de um mês, com dedicação e entusiasmo.
O Sambase, que já conquistou o título em 2023 com um enredo sobre São Jorge e Ogum, e em 2018 ao homenagear Nossa Senhora Aparecida, segue celebrando a cultura e identidade local. O samba-enredo deste ano conta com a colaboração de nomes como Julinho Marinheiro, Sandrinho da Base, Neyzão do Cavaco e Agleisson Madureira, reafirmando o orgulho pela história do Acre e o valor das tradições da região.
Leia o samba-enredo:
Escorre o suor no rosto do seringueiro,
Valente guerreiro veio pra desbravar.
No coração da floresta, o sonho brilha no olhar,
Cansado da opressão, para a Bolívia o povo disse não.
Chora, seringueira,
Começou a revolução, Plácido veio pra comandar as batalhas.
Em Puerto Alonso, a vitória conquistada.
O Tratado assinado
Pátria amada mãe gentil o Acre foi comprado pro Brasil
Mas essa história também teve um triste fim:
Vinha montado em seu cavalo, foi emboscado; Plácido foi tombado.
A estrela altaneira, representante nossos heróis,
Trêmula nossa bandeira
Hasteada noite e dia no calçadão da Gameleira.
Vem na pancada, bateria, bate forte esse surdão.
Vamos juntos na avenida, salve a revolução.
Sambase entoa no seu canto,
Bato no peito com orgulho: sou acreano!
Ecoou na selva o grito de um povo guerreiro,
Que derramou seu sangue de herói pra esse chão ser território brasileiro.
Ecoou na selva o grito de um povo guerreiro,
Que derramou seu sangue de herói pra esse chão ser brasileiro.
Redação Semear Notícias