Pesquisas desenvolvidas por mulheres no Acre estão recebendo financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapac), abordando temas como sustentabilidade na agricultura, impacto do desmatamento na saúde e governança climática.
A Fapac tem incentivado a participação feminina na ciência, com programas como Mães da Ciência, que apoia mães solo na pesquisa, beneficiando 769 mulheres.
Entre os destaques, a engenheira agrônoma Aliny de Lima pesquisa o uso de resíduos sólidos na agricultura familiar, enquanto a farmacêutica Andreia Brilhante estuda a relação entre desmatamento e doenças infecciosas.
O investimento nessas pesquisas fortalece a ciência no estado e amplia a presença de mulheres na liderança acadêmica e científica.
Para Andreia Brilhante, ver mulheres se destacando em qualquer área é um passo essencial para uma sociedade mais igualitária.
“Podemos inspirar meninas que ainda estão na escola e, com incentivos adequados, ajudá-las a se tornarem excelentes pesquisadoras”, afirma.
Ela destaca que a presença feminina na ciência sempre existiu, com grandes descobertas lideradas por mulheres. No entanto, incentivos específicos têm ampliado ainda mais esse espaço.

Reduzindo desigualdades na pesquisa
Na área de Comunicação Social, a doutora em Ciência Luci Teston lidera um projeto financiado pela Fapac e CNPq: “Governança policêntrica, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável na Pan-Amazônia”.
O objetivo é criar um monitor político da sustentabilidade na Amazônia, analisando a atuação de diferentes agentes políticos no desenvolvimento sustentável da região.
O projeto conta com oito pesquisadores, a maioria vinculada a universidades da Amazônia Legal, e envolve oito fundações de amparo à pesquisa. No Acre, Luci coordena a equipe pelo Fapac, reforçando o papel da ciência na redução das desigualdades e no avanço sustentável.

A pesquisa coordenada por Luci Teston busca monitorar as ações e percepções de governos e instituições sobre o desenvolvimento sustentável da Pan-Amazônia, analisando cooperação, conflitos e desafios como a desinformação sobre mudanças climáticas.
Apesar dos avanços, Luci destaca que ainda há desigualdade de gênero na ciência, especialmente nas ciências exatas e cargos de liderança, além de dificuldades no acesso a financiamento e sobrecarga de trabalho para mulheres pesquisadoras.
Ela ressalta a importância de iniciativas como o Amazônia +10, que promovem a diversidade na pesquisa e incentivam a equidade de gênero. Para o futuro, defende a criação de políticas públicas robustas e o estímulo à participação de meninas na ciência desde cedo.

Investimentos
O governo do Acre, por meio da Fapac e do CNPq, investiu em diversos programas de fomento à pesquisa científica no estado.
No PDCTR, quatro doutores receberam financiamento entre R$ 10 mil e R$ 40 mil, totalizando R$ 130,5 mil, além de bolsas de R$ 5,2 mil mensais por 36 meses. O objetivo é fixar pesquisadores no Acre, especialmente fora da capital.
A Iniciativa Amazônia +10 financiou seis projetos, com R$ 200 mil da Fapac e R$ 353,6 mil do CNPq, somando R$ 553 mil, focados no desenvolvimento sustentável da Amazônia. Os pesquisadores atuam em redes interligadas entre pelo menos três estados da região.
Além disso, a chamada Expedições Científicas aprovou dois projetos, com R$ 273,7 mil da Fapac e R$ 375,6 mil do CNPq, totalizando R$ 649,4 mil. Os pesquisadores assinaram o termo de outorga e aguardam o repasse dos recursos.
Redação Semear Notícias.