Ministro da Agricultura vê tarifas dos EUA como chance de ampliar presença do agro brasileiro no mercado global

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Durante evento realizado em Mato Grosso na última quinta-feira (4), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avaliou que as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos podem representar uma oportunidade estratégica para o agronegócio brasileiro. A partir deste sábado, o governo norte-americano começa a aplicar uma alíquota mínima de 10% sobre todos os produtos importados do Brasil, como parte de uma política de reciprocidade adotada pela administração Trump.

Fávaro destacou que, apesar das incertezas no comércio internacional, o Brasil se mantém competitivo e em posição favorável para ampliar sua presença em novos mercados. Segundo ele, a medida americana pode pressionar os preços no mercado interno dos EUA, gerando inflação e elevando os custos de produtos locais — um cenário que pode favorecer exportadores brasileiros, especialmente nas áreas de proteína animal e grãos.

O ministro também adiantou que o próximo Plano Safra deverá priorizar os médios produtores, com o objetivo de garantir o abastecimento nacional e conter a alta nos preços dos alimentos. A iniciativa é vista como estratégica diante do cenário de instabilidade global.

Embora analistas apontem que o impacto direto da tarifa sobre a carne suína brasileira seja limitado — já que o país exporta pouco desse produto para os EUA —, há expectativa de que o Brasil possa conquistar mais espaço em mercados asiáticos, como China e Japão, caso esses países optem por retaliar as medidas norte-americanas.

No setor de grãos, por outro lado, a decisão dos EUA é encarada com cautela. O complexo da soja, por exemplo, pode ser afetado por uma eventual redução na demanda global pelos produtos norte-americanos, o que abriria margem para uma maior participação dos países sul-americanos, especialmente Brasil e Argentina, no fornecimento global.

Com o encerramento da colheita brasileira e o início da safra na Argentina, a atenção do mercado se volta para as próximas movimentações de grandes potências como China, União Europeia, México e Canadá, que devem desempenhar papel-chave na definição do impacto real das novas tarifas.

Para o ministro, o momento exige agilidade e capacidade de adaptação por parte do Brasil. “Precisamos estar preparados para aproveitar as oportunidades que surgem em momentos de reconfiguração do comércio global”, afirmou, destacando a importância da inovação e da diversificação de mercados para o fortalecimento do agronegócio nacional.

Redação Semear Notícias. 

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