Justiça da Coreia do Sul confirma impeachment e presidente perde mandato

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Tribunal Constitucional confirma destituição de Yoon Suk Yeol e encerra sua presidência na Coreia do Sul

A Coreia do Sul encerrou nesta sexta-feira (4) o governo de Yoon Suk Yeol, após o Tribunal Constitucional confirmar por unanimidade seu impeachment. A decisão sela o fim de uma gestão marcada por graves tensões institucionais e acusações de violação à ordem democrática, especialmente após a controversa tentativa de imposição da lei marcial.

A destituição ocorre quatro meses após o fracasso de um autogolpe e foi fundamentada em alegações de que Yoon comprometeu princípios constitucionais, interferiu no Judiciário e feriu direitos fundamentais dos cidadãos. Desde dezembro, ele já estava afastado por decisão do Parlamento, e agora, com a confirmação judicial, o país se prepara para realizar novas eleições presidenciais em até 60 dias. No período de transição, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume o comando do Executivo.

A medida foi recebida com reações mistas. Enquanto o partido governista declarou respeito à decisão judicial, a oposição celebrou o veredito como uma vitória do Estado de Direito. Em Seul, o clima segue tenso, com protestos nas ruas e o deslocamento de 14 mil agentes de segurança para evitar conflitos entre manifestantes pró e contra Yoon.

Yoon Suk Yeol é o segundo presidente sul-coreano a ser destituído judicialmente — o primeiro foi Park Geun-hye, em 2017. O ex-promotor, eleito em 2022 sob uma bandeira conservadora, enfrenta agora acusações de insurreição, com penas que podem incluir prisão perpétua ou até mesmo pena capital. Ele também está proibido de deixar o país.

A imposição da lei marcial, considerada inconstitucional pelo Parlamento e sem precedentes desde 1987, foi um dos principais fatores para o agravamento da crise. Yoon alegava risco à integridade das eleições legislativas, o que foi rejeitado pelas instituições.

Em meio ao cenário político conturbado, o líder da oposição, Lee Jae-myung, desponta como favorito para a sucessão presidencial, segundo as últimas pesquisas de opinião.

Redação Semear Notícias.

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