Após o rio Acre ultrapassar a cota de alerta, atingindo 13,68m na tarde deste domingo (9), o governo do Estado, que já acompanhava de perto a situação, mobilizou equipes da Defesa Civil Estadual, da Secretaria de Estado da Casa Civil (SECC) e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC) para prestar assistência às primeiras famílias afetadas e encaminhá-las para um abrigo temporário.
Ao todo, 25 pessoas foram removidas de uma residência no bairro da Base. Por se tratarem de famílias indígenas, a Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi) também participou da ação assistencial. O coordenador da Casa Civil, Ítalo Medeiros, informou que essas são as primeiras famílias atingidas pela cheia que necessitam de abrigo.

“Elas estão sendo levadas para um abrigo provisório do Estado até que a estrutura do Parque de Exposições seja concluída e possam ser remanejadas para lá. No momento, estamos retirando essas famílias da área de risco e garantindo que fiquem sob os cuidados do Estado”, explicou.
Medeiros destacou ainda que o governo tomou medidas antecipadas para evitar maiores transtornos. “Estamos conduzindo o trabalho com calma e nos adiantando para minimizar os impactos futuros”, afirmou.


Além da capital Rio Branco, o plano de resposta já está preparado para atender municípios como Tarauacá, Feijó, Epitaciolândia, Brasiléia, Xapuri, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, onde uma sala de situação foi montada e embarcações e outros recursos estão disponíveis.
Defesa Civil alerta para novas remoções
O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, alertou a população que reside em áreas de risco para que se prepare para uma possível remoção caso o nível do rio continue subindo.
“Estamos em estado de alerta máximo, com toda a estrutura do governo mobilizada para prestar assistência rápida e eficiente aos bairros mais afetados. Juntamente com a Defesa Civil Municipal de Rio Branco, seguimos monitorando a situação para reduzir ao máximo os impactos das inundações”, ressaltou.

A Defesa Civil também acompanha a situação dos rios no interior do estado, como o Purus, o Tarauacá e o Juruá. Segundo o coronel Batista, em Cruzeiro do Sul o nível do rio já ultrapassou a cota de transbordamento, exigindo atenção redobrada.
Remoção de indígenas exige atenção especial
Entre as famílias remanejadas para o abrigo temporário, predominam as etnias Yawanawá e Huni Kuin. Ao todo, seis grupos familiares que viviam coletivamente em uma moradia de madeira às margens do rio Acre foram deslocados.
Valdeli Huni Kuin, morador do local e pai de família, destacou que a assistência do Estado chegou no momento certo. “Já estávamos preocupados, embora a água ainda não tivesse invadido a casa. Em outros anos, quando a ajuda chegava, a água já estava no segundo piso. Dessa vez, estamos sendo resgatados antes da situação piorar”, relatou.


A diretora da Sepi reforçou que o atendimento às famílias indígenas exige um cuidado especial, garantindo não apenas abrigo e alimentação, mas também respeitando a cultura e a comunicação das comunidades. “São mulheres, crianças, adolescentes, idosos e homens que precisam de um atendimento diferenciado, para que se sintam acolhidos e consigam expressar suas necessidades com mais facilidade”, explicou.
Redação Semear Notícias.