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A goleada estrondosa do Fluminense sobre o Águia de Marabá por 8 a 0 pela primeira fase da Copa do Brasil começou ainda antes de o time entrar em campo. As mudanças promovidas por Mano Menezes na equipe foram cruciais para a atuação dominante que teve no Mangueirão.
É preciso, evidentemente, ponderar a fragilidade do adversário. Ainda que pareça óbvio após tamanho placar, o Águia facilitou a vida da equipe tricolor não só por carência técnica, mas por falta de pegada. Porém muito disso é mérito do vencedor, que entrou ligado e soube impor a superioridade.
O treinador Mano Menezes optou por duas alterações na equipe titular que vinha atuando nos clássicos contra Vasco e Flamengo e nas vitórias sobre Nova Iguaçu e Bangu: colocou Otávio e Lima nos lugares de Hércules e Riquelme.
O plano era ter mais controle no meio-campo, tanto na parte defensiva com um volante de mais pegada, quanto na ofensiva com um meia de origem. E funcionou, talvez até mais perfeitamente do que o próprio Mano esperasse.
O Fluminense fez o que se espera de uma equipe de série A enfrentando um time de série D. Sufocou desde o primeiro minuto, mantendo a posse e pressionando para recuperar rapidamente quando a perdia.
O time praticamente alugou o campo de ataque pelos primeiros 45 minutos sem que o adversário conseguisse responder. Nos dez primeiros, as duas melhores chances foram em bolas paradas, com Cano e Ignácio. Já era um prenúncio do que viria pela frente.
Foi pressionando alto que nasceu o primeiro gol. Cano apertou o zagueiro, Martinelli recuperou a bola e acionou Lima, que projetou Canobbio para tocar por cima do goleiro Axel e abrir o placar. Antes mesmo do Águia assimilar o o golpe inicial, veio o segundo.
Ótima virada de jogo de Otávio para Arias, que deu cruzamento preciso na cabeça de Cano na pequena área. Os dois gols em 15 minutos pesaram na equipe paraense. O time, que já sentia a diferença técnica, se perdeu com o baque da desvantagem.
Fábio foi um mero espectador de uma amasso completo no primeiro tempo, que já terminou com o placar praticamente irreversível de 4 a 0. Cano, pela segunda vez, e Ignácio colocaram as outras duas bolas na rede coroando uma atuação quase perfeita, com 20 finalizações, sendo 11 no gol, em apenas 45 minutos.
Foram quatro, mas poderiam perfeitamente ter sido 6 ou 7. Axel fez pelo menos duas grandes defesas em chutes de Martinelli e outras duas bolas pararam nas traves do Mangueirão. Mas não foram apenas boas notícias. Lima voltou a sentir um problema na panturrilha e deu lugar a Paulo Baya no intervalo.
Reservas com fome
Como é natural, o Fluminense voltou em ritmo mais lento do intervalo. Ainda controlando a partida, mas sem amassar como fazia até acabar a primeira etapa. Trabalhava a bola, gastava o tempo para garantir a vaga. Mas isso mudou com as trocas de Mano Menezes.
O treinador apostou nas entradas de Everaldo e Serna nos lugares de Canobbio e Cano. E o camisa 9 entrou cheio de apetite para mostrar serviço. A partir dali o Tricolor voltou a acelerar o jogo e a criar chances.
Paulo Baya fez o quinto com uma bonita chapada de fora da área. O sexto veio dos pés de Jhon Arias, batendo de canhota no contrapé de Axel. Everaldo fez o sétimo, girando sobre a marcação e soltando uma pancada forte de direita, e Serna fechou a conta escorando pro gol.
Depois de uma atuação muito criticada contra o Bangu, inclusive por membros do próprio clube como o treinador Mano Menezes e o meia Jhon Arias, a goleada sobre o Águia de Marabá serve para mostrar que esse time não é aquele da última rodada do Carioca.
A vitória serve para dar confiança os jogadores e perspectiva ao clube. Nenhuma resposta é definitiva no futebol, os desafios só ficam mais difíceis daqui para frente, mas o Tricolor mostra que pode mais.
Via: ContilNET