Já se passou um mês desde o desaparecimento de Roger Matos dos Santos, de 18 anos, e a dor da ausência continua viva na rotina da mãe, Roseane Matos. O jovem sumiu nas águas do Rio Acre, nas proximidades da Gameleira, após mergulhar e ser levado pela correnteza. Até hoje, o corpo dele não foi localizado.
“É uma dor que só quem é mãe entende. Ainda não encontraram meu filho, e isso machuca demais”, desabafou Roseane, em entrevista à GAZETA. Desde o desaparecimento, ocorrido em 15 de março, ela tem enfrentado uma dura batalha emocional — e também financeira. Recentemente, perdeu o emprego e agora vive apenas com o auxílio do Bolsa Escola, destinado às filhas. “Não sei mais o que fazer. Moro de aluguel e estou completamente perdida”, lamenta.
A chegada da Páscoa torna o luto ainda mais pesado. Roger completaria 19 anos no próximo domingo, dia 20. “Essa semana está sendo uma das mais difíceis. Seria o aniversário dele, e tudo isso dói ainda mais”, conta a mãe, que tem se mantido em casa, com o telefone sempre por perto, esperando por qualquer informação. “Sei que não será fácil receber a notícia de que o encontraram, mas ao menos seria um alívio saber onde ele está.”
As buscas pelo jovem continuam, ainda que de forma espaçada. Segundo Roseane, o Corpo de Bombeiros realiza ações a cada três dias, mas até agora não houve nenhum resultado concreto. “É difícil viver assim, sem saber o que vai acontecer amanhã. A última vez que vi meu filho foi numa sexta-feira, quando ele me deixou de moto na casa da minha mãe. Foi só um ‘tchau’. Eu nunca imaginei que seria a última vez”, relembra, emocionada.
No fim de março, a mãe fez um apelo público pedindo a continuidade das buscas. “Não durmo mais sem remédio. Eles até quebraram o protocolo e seguiram um dia a mais nas buscas, mas nosso apelo continua. Eu sei que talvez nem encontrem o corpo todo, mas ao menos uma parte… isso já nos daria algum consolo”, disse.
O pai de Roger, Francemilson dos Santos, também compartilha da mesma dor. Em entrevista, ele lembrou da última vez que viu o filho: “Era um sábado. Ele estava dormindo quando eu o acordei e disse: ‘não vá sair’. Foi a última imagem que tive dele.”
Redação Semear Notícias.