Dados constam do boletim de Estatísticas do Setor Externo divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central.
O dólar encerrou a segunda-feira em baixa frente ao real, influenciado por notícias de que Donald Trump não implementará novas tarifas de importação em seu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos. Além disso, dois leilões de dólares realizados pelo Banco Central pela manhã contribuíram para a queda da moeda no Brasil.
No setor externo, o Brasil registrou um déficit de US$ 8,8 bilhões em fevereiro, um aumento significativo em relação ao déficit de US$ 3,9 bilhões no mesmo período do ano passado. Os dados, divulgados pelo Banco Central (BC) no boletim de Estatísticas do Setor Externo, refletem a diferença entre exportações e importações, a contratação de serviços, os gastos de brasileiros no exterior e a remessa de lucros para outros países.
De acordo com o BC, a balança comercial apresentou um recuo de US$ 5,4 bilhões no superávit, enquanto o déficit em serviços permaneceu estável e o déficit em renda primária teve uma redução de US$ 526 milhões. Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2025, o déficit em transações correntes atingiu US$ 70,2 bilhões, o equivalente a 3,28% do PIB, acima dos US$ 65,3 bilhões (3,03% do PIB) registrados em janeiro. Na comparação com fevereiro de 2024, o déficit acumulado foi de US$ 23,9 bilhões (1,07% do PIB).
A balança comercial de bens teve um déficit de US$ 979 milhões em fevereiro de 2025, contrastando com o superávit de US$ 4,4 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior. As exportações somaram US$ 23,2 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 24,1 bilhões, impulsionadas pela aquisição de uma plataforma de petróleo avaliada em US$ 2,7 bilhões. Em comparação com fevereiro de 2024, as exportações caíram 1,8%, enquanto as importações aumentaram 25,7%.
Já os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos de US$ 9,3 bilhões em fevereiro de 2025, acima dos US$ 5,3 bilhões observados no mesmo mês de 2024. Os investimentos foram compostos por US$ 5,6 bilhões em participação no capital e US$ 3,7 bilhões em operações intercompanhia. No acumulado de 12 meses, o IDP totalizou US$ 72,5 bilhões (3,38% do PIB) em fevereiro de 2025, ante US$ 68,5 bilhões (3,18% do PIB) em janeiro e US$ 64,6 bilhões (2,89% do PIB) em fevereiro de 2024.
As reservas internacionais do Brasil atingiram US$ 332,5 bilhões em fevereiro de 2025, um aumento de US$ 4,2 bilhões em relação ao mês anterior. O crescimento foi impulsionado por variações nos preços (US$ 1,9 bilhão), ajustes por paridade (US$ 521 milhões), desembolsos de organismos internacionais (US$ 604 milhões) e receitas de juros (US$ 661 milhões).
Redação Semear Notícias.