Brasileiros sacaram R$ 258 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro em fevereiro

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O Banco Central (BC) informou, nesta terça-feira (8), que os brasileiros retiraram R$ 258 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro ao longo de fevereiro. Mesmo após o repasse dos recursos ao Tesouro Nacional, realizado em outubro de 2024, os saques ainda são permitidos via ações judiciais — ao menos até que um novo edital com regras de retirada seja publicado.

O prazo para requisitar judicialmente esses valores termina no próximo dia 17. Depois disso, os recursos não resgatados serão definitivamente incorporados à conta do Tesouro.

Até o final de fevereiro, cerca de R$ 9,024 bilhões permaneciam disponíveis no Sistema de Valores a Receber (SVR), criado pelo Banco Central para permitir que cidadãos, empresas e herdeiros verifiquem a existência de saldos esquecidos em instituições financeiras. Desde a sua criação, o SVR já devolveu R$ 9,713 bilhões, de um total de R$ 18,737 bilhões disponibilizados pelas instituições.

Mesmo com o repasse dos recursos ao Tesouro, o BC seguirá atualizando as estatísticas do sistema, que são divulgadas com dois meses de defasagem.

Maioria ainda não fez o resgate

Segundo o BC, até fevereiro, 29 milhões de pessoas haviam resgatado seus valores esquecidos. No entanto, mais de 50 milhões de beneficiários ainda não haviam feito o saque. Entre os que retiraram, 26,5 milhões são pessoas físicas e 2,5 milhões, jurídicas. Já entre os que ainda não buscaram os recursos, 46,4 milhões são pessoas físicas e 4,2 milhões, jurídicas.

A maioria dos beneficiários tem direito a pequenas quantias. Valores de até R$ 10 concentram quase 64% dos casos. Outros 24,7% têm direito a montantes entre R$ 10,01 e R$ 100. Apenas 1,71% dos beneficiários podem receber mais de R$ 1 mil.

Funcionamento do sistema

Após quase um ano fora do ar, o SVR foi reaberto em março de 2023 com melhorias. Passou a incluir novas fontes de recursos e permitiu o resgate de valores de pessoas falecidas por meio de herdeiros, representantes legais ou inventariantes. Em setembro do mesmo ano, também passou a permitir consultas de empresas encerradas — desde que o representante legal utilize uma conta Gov.br de nível prata ou ouro e assine um termo de responsabilidade.

Os valores disponíveis no SVR incluem:

  • saldos de contas encerradas;

  • cotas de capital e sobras de cooperativas de crédito;

  • recursos de consórcios encerrados;

  • tarifas ou parcelas cobradas indevidamente;

  • contas de pagamento e registro inativas em corretoras e distribuidoras.

Caso os recursos não sejam requisitados em até 25 anos, serão incorporados de forma definitiva ao patrimônio da União.

Atenção a golpes

O Banco Central reforça que todos os serviços do SVR são gratuitos e alerta para golpes envolvendo falsas promessas de resgate. O órgão esclarece que não envia links, não entra em contato para confirmar dados pessoais e que apenas a instituição financeira identificada na consulta pode procurar o cidadão.

Além disso, nenhuma senha deve ser fornecida a terceiros, e ninguém está autorizado a fazer esse tipo de solicitação.

Redação Semear Notícias.

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