Baixa adesão à vacina contra a dengue agrava crise sanitária no Acre

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Mesmo com a disponibilização da vacina contra a dengue para adolescentes entre 10 e 14 anos, o Acre segue com uma das piores coberturas vacinais do país em 2025, o que intensifica a crise sanitária no estado — atualmente entre os que registram maior incidência da doença no Brasil.

Segundo dados do Boletim Informativo nº 01/2025 da Secretaria de Estado de Saúde (SESACRE), apenas 4% dos adolescentes receberam a primeira dose da vacina Qdenga no Acre, e a adesão à segunda dose é ainda menor: 1,91%. Os números ficam muito aquém da meta de 95% estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e revelam um cenário preocupante de hesitação vacinal ou dificuldade de acesso.

A comparação com os dados nacionais também escancara a disparidade: enquanto o Brasil alcançou 13,4% de cobertura vacinal com a primeira dose e 3,89% com a segunda, o Acre permanece abaixo de todos os indicadores. Em 2024, apenas o município de Jordão teve desempenho expressivo, com mais de 60% de cobertura na primeira dose. Em 2025, nenhum município acreano alcançou sequer metade da meta.

A consequência da baixa imunização é visível nas estatísticas da doença. Com quase 8 mil casos prováveis registrados este ano, o Acre ocupa o terceiro lugar nacional em taxa de incidência, com 1.386 casos por 100 mil habitantes, atrás apenas de Minas Gerais e do Distrito Federal. Até esta semana, o estado somava 7.972 notificações, sendo Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira os municípios mais afetados.

Além dos números, a realidade nas unidades de saúde também revela a gravidade do cenário. Superlotação, filas e aumento na demanda por atendimentos colocam à prova a capacidade da rede pública e impactam diretamente a rotina da população.

Em resposta, o governo estadual intensificou campanhas de conscientização, mutirões de limpeza e visitas domiciliares para combater os focos do mosquito Aedes aegypti. A expectativa das autoridades é ampliar significativamente a vacinação no segundo semestre, com o objetivo de atingir a meta de 95% de cobertura até o fim de 2025 e conter o avanço da doença.

Por: Redação Semear Notícias

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