O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) está pressionando o governo estadual para convocar os aprovados no concurso da Polícia Civil realizado em 2017. A medida busca suprir a carência de efetivo nas delegacias do estado, uma situação que tem prejudicado tanto o atendimento à população quanto as condições de trabalho dos policiais. Apesar da validade do concurso se estender até março de 2025, os candidatos ainda não foram chamados, mesmo com a necessidade evidente há anos.
A urgência da convocação foi reforçada após uma inspeção do MPAC na Delegacia de Senac Madureira, onde foi constatada a falta de agentes, escrivães e auxiliares de necropsia, comprometendo o funcionamento da unidade. Em diligências posteriores, o promotor de justiça encontrou um ofício do delegado-geral da Polícia Civil, dr. José Henrique Maciel Ferreira, solicitando ao procurador do estado a reposição de efetivo para a Delegacia Geral de Manoel Urbano. O documento também aponta a possibilidade de formação de uma nova turma de policiais.
A deficiência de pessoal não se restringe à capital e já havia sido denunciada em outras regiões, como Cruzeiro do Sul, onde policiais relataram a precariedade das condições de trabalho ao Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) em 2023. Em 2025, a situação se agravou ainda mais com a exoneração de um delegado e o afastamento de outro para assumir cargo na Prefeitura de Feijó, ampliando a sobrecarga sobre os servidores remanescentes.
Apesar da evidente necessidade, o Estado ainda não adotou medidas concretas para reforçar o quadro da Polícia Civil. Em novembro de 2024, um processo administrativo indicou a necessidade de um novo concurso para diversos cargos, incluindo delegado, agente e escrivão. No mesmo documento, o delegado-geral solicitou a convocação de 61 candidatos aprovados no certame de 2017 para o curso de formação, mas a demanda segue sem resposta oficial.
Redação Semear Notícias